[Poemas Venusianos - edição de 29.11.10] - Gilka Machado, Brasil











































REFLEXÕES

Gilka Machado


Amei o Amor, ansiei o Amor, sonhei-o
Uma vez, outra vez (sonhos insanos!)...
E desespero haja maior não creio
Que o da esperança dos primeiros anos.


Guardo nas mãos, nos lábios, guardo em meio
Do meu silêncio, aquém de olhos profanos,
Carícias virgens, para quem não veio
E não virá saber dos meus arcanos.


Desilusão tristíssima, de cada
Momento, infausta e imerecida sorte
De ansiar o Amor e nunca ser amada!


Meu beijo intenso e meu abraço forte
Com que pesar penetrareis o Nada,
Levando tanta vida para a Morte!...






poemas venusianos [29.11.10]

escolha do poema: jean-pierre barakat
Autor: Gilka Machado, poeta brasileira (1893-1980)
Fonte: "Poemas de Amor", seleção de Walmir Ayala, Ediouro S.A., 1991


 edição e arte digital : sonia regina [soreg]
imagem: MAXU

















 


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